“Eu caminho esquecendo-me em lembranças de Henry, como seu rosto se parece em determinados momentos, sua boca travessa, o som exato de sua voz, às vezes áspera, o aperto firme de sua mão, como ele ficou no casaco verde usado de Hugo, seu riso no cinema.
Ele não faz um movimento que não reverbere em meu corpo.
Tem a mesma altura que eu. Nossas bocas ficam no mesmo nível.
Ele esfrega as mãos quando está excitado, repete palavras, sacode a cabeça como um urso.
Tem um olhar sério e casto quando trabalha. Numa multidão, sinto sua presença antes de vê-lo.”
Anais Nin Livro “Henry e June”.